As tardes de outono tem um misto de cores muito especial... Gosto de sentir a brisa que já não é tão quente como no verão, e nem tão gelada como no inverno... Não que aqui, nesse estado, seja assim, tão perceptível a mudança da estação... Mas, é fácil perceber, se a gente coloca um pouquinho de presença, se a gente sente com atenção.
Meu coração foi se embora hoje, e olha, eu nem sou muito de falar dela não... Mas bastou essa distância geográfica que começou a doer, e quando dói, eu escrevo pra mim mesma, que é um jeito de me acolher... Ela se foi e eu queria escrever um reflexivo e longo texto falando sobre apego, mas, por fim, tudo que saiu foram palavras suaves de outono. Pensei em escrever sobre o amor ou o costume. A carência e o medo da solidão... mas, se algo pode ser mais acalanto do que o calor do verão que passou são os ventos que passeiam e me tocam, tranquilamente, nessa tarde de outono.
- A ausência dela me faz presente em minha própria estação... E eu as sinto dentro de mim; ausência e presença.
Não é apego. Não é medo... medo de solidão. É uma genuína admiração! Assim sentada assistindo o entardecer... e o brilho das estrelas que vão surgindo, uma a uma no céu... eu a amo, ela é como uma verdadeira paisagem outonal. Cheia de cores especiais e uma ventania serena, e um cheiro doce. Como folhas coloridas que sonhei, e o colorido que apenas o Sol do outono sabe fazer nas nuvens das tardes... ela sabe se fazer amar. É o amor das minha vida inteira.