quinta-feira, 14 de julho de 2022

O assalto


Eu acordei de um sonho estranho... em um carro ela correndo, e eu só queria que ela fosse devagar. Depois um lago, um mistura de rio e mar. Com aguas claras e turvas ao mesmo tempo, eu vi um outro olhar. Estava decidida: Não vou cantar. Mas eu queria muito escutar...  
Não passou de uma tentativa, não aconteceu nenhuma tragédia. Bom, havia uma arma, não sei se era mesmo uma arma. teve o susto, o medo, a sensação de impotência... um não saber o que fazer até ela aparecer... Talvez eu nunca esqueça essa cena... Todo aquele drama, e a agonia que eu sentia de repente se dissipou como uma nuvem quando eu fui surpreendida com a chegada dela ali, me abraçou, daquele abraço quentinho que só ela tem... Eu sei que ela faria isso, assim exatamente da mesma forma por qualquer alguém, por que essa atitude é ela. Então não é pra encher o coração de ilusão, não é pra esperar nada de uma paixão. Estou em cima dessa rima, pra colocar os dois pés no chão. Fui bem tranquila, assustada, mas tranquila... com ela, eu estava de mão dada. Quem poderia prever que uma coisa assim fosse acontecer? um copo d'agua, me fez um café, uma panqueca de banana... e eu não me cansei de admirar cada gesto dela, cada detalhe dos movimentos dela... Ontem eu li em algum lugar que quando a gente se apaixona, é isso. A pessoa não precisa fazer nada, ela simplesmente é apaixonante. Eu disfarcei bem, mas degustei cada pedaço de tudo o que acontecia ali... Esqueci do assalto, enquanto contava pra outra pessoa, e ela estava no meu abraço, por tanto tempo... eu não estava sozinha, eu estava dentro. Não consigo explicar aqui... não consigo explicar. 

Me sinto um pouco estranha sim, um tanto confusa. As coisas acontecem de forma muito aleatória e aleatoriamente tomam forma. eu ainda não vejo o caminho, e caminhar no escuro é um tanto quanto confuso mesmo, as vezes dolorido... Só sei, que ao invés de voltar a memória pra cena do assalto, eu lembro dela chegando... fiquei tão surpresa, fiquei tão feliz. Me sentia sozinha, e ela chegou... me preencheu, dentro do abraço, no olhar, na forte doçura que a alma dela tem. Eu estou apaixonada, sim, eu estou. Mas, mais do que isso, eu a amo! Por essa alma, por essa virtude, por esse amor. Não são coisas excludentes, e eu sei plenamente, que logo vou enxergar melhor meu lugar, o lugar por onde caminho nessa escuridão.

  

quarta-feira, 13 de julho de 2022

O que é estar sempre apaixonada?


Foram, até aqui, três abraços espontâneos... desses repentes que a gente não espera chegar, mas espera ficar... eu ficaria ali por mais alguns minutos. Ficaria por mais alguns instantes, ficaria infinitamente...

E não foi exatamente, a mesma sensação de perder o chão que senti em todos os abraços? O que é então afinal essa ligação? O mesmo coração batendo dentro de um espaço... 

Paixão, por estar viva, por gerar transmutação. É ver o ciclo se encolher e mais uma vez aparecer, trazendo sempre a mesma ilusão: O que eu quero ser quando eu crescer? Como posso
saber querer?

Pedalei a bicicleta até o farol, no porto. Mas eu iria na lua, caminharia tranquilamente pela vida, abastecida pelo abraço que ela me deu. Esse aperto no peito, terno, que é só meu, só meu, e todo o universo de sentimento que liga nesse verso o sofrimento com alimento de viver. 

Foram muitos os "apaixonamentos", cada um parecia ser maior e mais forte que o outro, as vezes com espaço, e vezes nem tanto... Mas e o amor? Nesse encanto em que me encontro, minhas perguntas sobre o tema proposto não me trazem respostas, só me remetem a mais perguntas. Talvez, por não querer fazer o esforço que é preciso fazer, para amadurecer a ideia de viver sem tanto sentir, mas alcançando um pouco do que é, do que é de verdade, a essência do sentimento.